Aluguel de equipamentos de informática aumenta durante pandemia

 

Enquanto vários setores da economia acumulam prejuízos devido à pandemia do novo coronavírus, o home office e o estudo remoto, adotados em função do isolamento social impulsionaram o aluguel de notebook se computadores, o que fez os contratos dispararem e, consecutivamente, o lucro das empresas que oferecem esse tipo de serviço em Belo Horizonte e que atendem clientes por todo o Brasil.

Surpreendidos pela nova demanda, empresários tiveram que se adaptar rapidamente ao volume de contratos. “Por causa da pandemia nós atendemos várias pessoas físicas que precisavam de equipamentos para colocar o filho para estudar em acesso remoto, para fazer cursos e treinamentos”, explica Cláudio Horta, dono da ITNet, empresa que atua nesse mercado há 10 anos e que pela primeira vez vivenciou expansão vertiginosa como essa.
 
O empresário conta que o crescimento na procura pelo serviço foi superior a 100%, comparado ao ano anterior. “Os equipamentos que nós tínhamos em estoque todos foram alocados e, o mais interessante, permanecem locados. Os clientes ainda não mostraram sinais de retorno do home office ao escritório da maneira tradicional, como era anteriormente.” 
 
Luis Gustavo Gomes, diretor comercial da EMC, empresa especializada em locação e soluções de TI desde 1986, conta que também viu o crescimento da procura pelo serviço em decorrência da pandemia, mas em menor percentual. “Podemos dizer que houve um aumento de cerca de 30% do volume de locações se comparado ao período pré-pandemia”.
 

Oferta X Procura

 

Juntamente com os novos contratos, surgiu também o efeito dessa oferta e procura: o aumento dos preços dos produtos. Além da grande busca por equipamentos e peças de informática, outros fatores influenciaram a alta como as fronteiras fechadas, a dificuldade da indústria para produção de peças em meio a pandemia e o dólar. 
 
Cláudio revela que os preços desses produtos subiram tanto que um equipamento que custava R$2.500, hoje é encontrado por R$5.500. “Além de não termos equipamentos disponíveis para locar, não temos para comprar”, afirma. 
 
Na ECM, para investir na aquisição de novos equipamentos, Luís Gustavo afirma que precisou buscar novos fornecedores com compromisso de entrega nos menores preços e prazos possíveis.

O capital financeiro para a aquisição de equipamentos para atender a demanda crescente se tornou o grande desafio do negócio. “Isso sem contar o aumento do dólar, que impactou diretamente os valores dos produtos de informática, que são na maioria dos casos produzidos com insumos importados”.
 

Sobe e desce 

 

Dados da consultoria IDC Brasil, líder no mercado de pesquisas em tecnologia da informação, apontam que o número de computadores vendidos no Brasil no 1° trimestre de 2020  foi de 1,47 milhão de unidades, número 16% acima do visto no mesmo período  do ano passado.
 
Já no segundo trimestre deste ano, nem mesmo os trabalhos remotos foram capazes de conter os impactos da pandemia, da alta do dólar e do desemprego. A consultoria registrou uma queda de 12,6% nas vendas de computadores em comparação ao mesmo período de 2019.

Foram 1,265 milhão de máquinas vendidas entre abril, maio e junho de 2020, 183 mil a menos do que no 2º trimestre de 2019 e 205 mil menos do que no 1º trimestre deste ano.
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